sexta-feira, 25 de maio de 2012
Igualdade
Certo indivíduo jovem ingressou para um curso acadêmico no qual poderia se entregar à visão holística de mundo, mas reservou-se a absorver apenas o necessário para subir aos níveis em que o currículo faz os olhos de empregadores importantes brilharem. Posudo, de classe alta, rico e viajado, consumidor de roupas, objetos e shows caros, se faz malandro e com um sotaque de falar entre os dentes de maneira irritante. Desdenha de todos os que não o bajulam e incita seus cúmplices a levantar acusações zombeteiras doutros à margem de seu grupo seleto.
Certa feita, pegou para Cristo de sua travessura do dia um outro, rapaz como ele, só que mais forte o bastante para poder vingar-se de seu algoz. No entanto, o agressor verbal oprimia veemente o moço, que se viu metros menor, talvez abaixo do chão, aprisionado naquela humilhação pública e constante.
Idos alguns semestres, como era de se esperar, os destinos distanciaram-se. No entanto, como não é de se esperar, os dois caminharam para futuros promissores.
Hoje, fitando os dois, percebe-se que o sorriso fácil e sincero do humilhado cerrou-se num homem feito de ar grave, agora, talvez, um pouco orgulhoso em si para proteger-se. Já o altivo jovem, continua a lançar seu sorriso malicioso e amadureceu sua aparência, mas continua a escarnecer daquilo ou daqueles que são menores para ele, mesmo que não expresse em palavras, assim o faz em pensamento e às vezes deixa escapá-lo num olhar. Algo me diz que um dia deixará esse olhar escapar quando estiver frente a um espelho. Um castelo se desmoronará. Tenho pena das pessoas que tropeçarão naqueles escombros.
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Si vis pacem, para bellum.
ResponderExcluirnum sei latim!
ResponderExcluir=(