{divagações nada inocentes (2°parte)}

Os 21 me chegaram quase que de surpresa. Tentei não entrar em colapso com isso e aproveitar o peso da idade, pois (pensando bem) já passei por situações bestas que não vão se se repetir na minha vida (UFA!)- vestir três blusas pra disfarçar a falta de seios(aos 12 anos), sofrer bulling na escola por causa das crianças más, ser a única pega ninguém do grupo de amigas (aos 14... mentira, aos 17 anos), não saber o que é KY e ainda achar que é um drink, gostar do cara mais popular da turma (sem ele notar a minha existência), ficar de prova final (droga, isso ainda acontece) .

Sim, inúmeros episódios agradáveis aconteceram também, minha adolescência não foi totalmente perdida, muito menos minha infância, apesar da minha dedicação aos contos de fadas e veneração total aos filmes disney.

Como o prometido, escrevo aqui mais algumas das minhas reflexões sobre o entretenimento intríseco à minha infância.

Coisas terríveis sobre contos de fadas:
A Bela e a Fera->
você já parou pra pensar que:
# a Bela é a maior mina CocaCola pra cima do Gaston;
# que o Gaston vive rodeado de prostitutas (lembre da cena em que ele está cantando num taberna: e existem várias "moças" lá!) num filme de crianças;
# que a Bela deixa uma cabra comer a folha de um livro que ela pegou emprestado de alguém, ou seja, produz uma desvalorização da propriedade alheia;
# a protagonista é bastante arredia quando o assunto é Gaston.Três hipóteses para justificar isso:
a) ela é uma intelectualóide boa demais para um ignorante machista como ele
b) a mocinha tem dúvidas sobre sua sexualidade, uma vez que ela não quer o rapaz de jeito algum, apesar de não ser de se jogar fora (vamos combinar que o "monsieur Gaston é bonitão", como diz uma das músicas)
c) Eles já se pegaram, mas na hora H ela descobriu que ele usa anabolizantes (o que explica os músculos) quando olhou para aquela coisinha;
# o pai de Bela... olha, não vou zoar com uma pobre pessoa doente da cabeça que cavalga por uma estrada desconhecida, entra num castelo amedontrador (ao cubo!), ouve objetos inanimados falando com ele e, com tantas plantas do lado por aí a fora, pega logo a rosa mágica da fera... que estúpido! (não me segurei);
# Bela, a princesa guerreira(sacou o trocadilho?princesa guerreira, Xena, orgulho gay) sai em busca de seu amado pai...
# e encontra, além do ancião perturbado, seu outro amado....nessas horas eu digo que a zoofilia (BLAH!) é mais comum do que se pensa e, ainda exibem tais valores num filme infantil;
# Bela, o pai e a fera, são pessoas esquizofrênicas, umas vez que (como já disse) interegem com objetos inanimados. por um lado isso é bom, porque inclui socialmente as pessoas que sofrem desse mal, por outro lado é péssimo, uma vez que as crianças acharão que conversar com uma xícara e amar eroticamente o seu cachorro... são hábitos perfeitamente normais.
# alguns que chegaram até aqui vão querer me matar dizendo que desconstrui inultilmente uma história tão bonita de amor incondicional...
se o amor demonstrado nessa história é tão incondicional assim, porque a Fera vira um belo príncipe europeu no final? se a Bela é tão feminista, tão a frente de seu tempo, porque no final ela se casa e esse casamento é a recompensa máxima da história para ela?
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